Do amor, quando amor, toda música
é música toda e repetida e ensurdecedoramente alta. E para tudo. E vira trilha.
E propõe dança. O amor, quando amor, só precisa de um acorde, um simples
lembrete que ele está ali, firme e forte. Acontece que uma hora o volume não
chega mais nem a triscar no amor. O amor não ouve mais. O amor não quer mais. O
amor deixou tudo. O amor ganhou o mundo. O amor ficou surdo-mudo. Mas o que fazer com o tudo mais que
o amor não quer saber mais? Que sentido
faz ser canção se não pode mais nem fazer cosquinha no coração? Canção tenta
uma, rima duas, canta três. Até que um dia, canção se cansa. E para de fazer
eco em coração-vão. Canção precisa de chão, de parede, de carne, de osso. Canção
precisa de acústica amplificada na caixa torácica. Coração-canção não existe senão
com outro coração.
Desejos achados e perdidos.
Há 12 anos
1 comentários:
cada dia mais: linda, talentosa, coração. amo-te!
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