Relógios de viver


Não há tempo que me baste. Quero o que quero. Quero logo. Quero ontem. Quero pra anteontem. Mas não é assim. Os nossos tempos não são regidos por nossas vontades. Infelizmente. Não são. Dos nossos tempos o que levamos é o que aprendemos, são as rugas-sabedorias, é a paciência de viver cada dia, pausadamente, com fé na vida. Hoje o que espero é que o tempo não transforme jardins inteiros e perfumados, em jarros antigos de flores artificiais. Peço ao tempo suavidades, frescor, aquela brisa geladinha na bochecha, aquela vontade permanente de fazer e de ser sempre o bem. Peço ao tempo que mantenha futuro-mais-que-perfeito as minhas autenticidades, as minhas espontaneidades, as minhas ingenuidades. Peço pureza de olhar e calma de coração. Porque eu bem sei que o tempo enobrece. Que tempo enrijece. Que tempo endurece. Pero que no mucho. Please.

0 comentários: