Tenho aflições com o tempo


Corro desvairadamente para dar conta do que é essencial. Não dou. Pego pra mim os inadiáveis, os irremediáveis, o que não é meu. Pego. Corro pra resolver a vida dos outros como se fosse a minha. Corro. Canso de correr, correr, correr e não alcançar. Não alcanço a minha própria vida. Tenho muitas outras pra cuidar. Vivo assim. Meus ponteiros apontam outros tempos. Tempos outros que conjugam este meu presente histérico e ofegante de ser.

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