Ao invés de dormir, esperar.




Pra cima e pra baixo, ecoando apitos, lá vai as (in) seguranças noite a dentro. Como se não houvesse amanhã, como se nunca chegasse a manhã, pensamentos transeuntes vagam sem pena do que eu preciso ser. Não estão nem aí pra nova corrida que vou começar, pros pactos já travados com minhas entranhas e esperanças. Não. Olhos abertos. É assim que eles querem estar. Eis aqui meu atual paradoxo existencial: alma acostumada a sonhar sem prazos nem horários, vê-se agora na obrigação de desacordar em plena luz do luar. Vida decidiu. Relógio interno não aceitou. E eu, não sei muito bem onde isso vai dar, mas só de pensar eu já entendo um pouco. Entendo que é preciso me preparar, ajustar tudo, colocar os pingos nos is certos e esperar. Esperar sono chegar pra vida, assim, e enfim, tornar a caminhar.

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